terça-feira, 17 de julho de 2007

Adoro!

Existe somente uma idade para a gente ser feliz,somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-losa despeito de todas as dificuldades e obstáculos.Uma só idade para a gente se encantar com a vidae viver apaixonadamentee desfrutar tudo com toda intensidadesem medo nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vidaà nossa própria imagem e semelhançae vestir-se com todas as corese experimentar todos os saborese entregar-se a todos os amoressem preconceito, nem pudor.
Tempo de entusiasmo e coragemem que todo desafio é mais um convite à lutaque a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo novo,de novo e de novo,e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gentechama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa ...
Mário Quintana


"Loucos e Santos"

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.Deles não quero resposta, quero meu avesso.Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco.Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice!Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.Tenho amigos para saber quem eu sou.Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Wilde(Dublin, 16 de outubro de 1854 - Paris, 30 de novembro de 1900)


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